15 de julho de 2012

Alea

Imagem: sistema de buscas da internet 


Eu não acredito
Em superstição
A morte
É a sorte
De toda multidão

Eu nunca leio horóscopo
No site ou no jornal
Já sei que o destino
É algo, assim, banal

Do caos absoluto
Eu não tenho notícia
E sei que é vitalícia
A minha ingratidão

A essa natureza
Que parece força
Que parece obra
E é o que me sobra
Nesta escuridão

Meu passo no espaço
É aleatório
O meu mundo imundo
E é satisfatório
Para todo esse fim
Que eu não faço ideia
De onde é que vem
Essa paixão ateia

A inércia é a vida
Dos inconsistentes
E eu - que não consisto
Em nada proeminente
Eu digo-lhe, nem tente
Me desconvencer
Que a derrota é certa
E não posso vencer