30 de outubro de 2012

Plebes cito

Imagem: Leonardo da Vinci (claro!). 

De quantos nadas fui feito?
Quantos vazios empilhados para erguer as paredes
De mim?


De quantas inércias viera minh’alma?
E que brisa suave de tornado veio me encher a vida
De um nulo pensar?

De que frutos pecos vieram as minhas vitaminas?
De que odores surgiram a minha respiração?
De que mundo veio meu mundo?
De que pedra esculpiu-se
O meu coração?

Fernando Lago – Outubro de 2012 

10 de outubro de 2012

Isla



É sem querer
Que muitas vezes falo
O que quero
E acabo por querer não ter querido
Ser querido ou querer que me quisessem

O jogo que se joga com as palavras soltas é
Desplanificadamente perigoso

Solto os grilhões das letras
E os uso para trancar a minha voz
Só me falta liberar os grilhões que me prendem a razão
E usá-los para aprisionar os sentimentos
Que governam essa ilha que eu sou 

Fernando Lago - Agosto de 2012