15 de dezembro de 2010

Mundo



Mundo, mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
(Drummond)


Ah mundo!
Mundo, mundo!
Quisera, ao menos um segundo
Entender tuas demandas

Entender os teus dizeres
Compreender os desprazeres
E os desmandos que me mandas

Mundo, vida
Coisa estranha e abstrata
Com que trato me destratas
Com que prato me retratas
Na mesa dos que me querem
Devorar as carnes

Que mundo?
Que vida?
A serviço de quem me persegues?
A serviço de que?
Me entregues
Os teus segredos, mundo.

Caminho por suas ruas
Orbito por suas luas
E choro meu pranto, choro.
Arranco a minha lágrima
Que esteve sempre escondendo
Meu desespero profundo.

Fernando Lago
Feira de Santana, 11 de Dezembro de 2010

4 comentários:

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