1 de janeiro de 2011

Intitulé

Tudo o que eu penso já foi pensado
Tudo o que eu faço está errado
Pensei que a vida caminhasse assim
Sem fim
Mas vejo que o fim está mesmo aqui
Em mim

Desando a andar dizendo asneiras
Neste mundo cheio de peneiras
Nada de mim passa
Exceto essa solidão esporádica
Grudada intocável nos meus poros

O sofrimento não existe
Tudo não passa de ilusão
Tortura de um DOPS sentimental
Todos temendo o fim que está em mim
Impiedosos como os carrascos da inquisição

Todos me querem por perto
Exceto
Os que estão certos
Os que escaparam à hipnose da minha mediocridade

Expulsam-me da vida, mas não me deixam à morte
Sorte
Pensam que sou forte
Corte

Trago no meu bolso todos os covis do mundo
Que me injetam o veneno da solidão intragável
Está por todo o meu corpo
E não será removido

Deito no banco infinito da pequena praça
E com os olhos cheio de nada
Saúdo efusivamente a lua e as estrelas
Minha companhia na madrugada

Dezembro de 2010

2 comentários:

  1. Nossa.. Quase me afoguei em tanto sentimento, em tanto coração nessas tão implícitas palavras.
    "Trago no meu bolso todos os covis do mundo que me injetam o veneno da solidão intragável"

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  2. Nando...

    Vc tem as vezes a sensação de que o mundo todo está certo e só vc errado?

    Ontem, qdo vi acabar outra história em que acreditei, acabar... fui chamada de "melosa - dramática-" e pensei: Meu Deus quando o mundo ficou tão racional?

    Eu quero morrer assim, intensa, pecando pelo excesso, odeio faltas.

    Amo-te Nando!

    beijos

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