12 de agosto de 2011

Amparo



Saúdo a todo poeta
Que tem uma paixão secreta
E aprende a versificar
Só para anunciar
De uma maneira discreta
Sem o tudo revelar

Eu também já fiz poesia
Cheia de melancolia
Lembrando, pra esquecer
De amores que deixei nascer
Vendo grande estripulia
No meu coração crescer

Por outro lado, já fiz
Poema muito feliz
Pensando que era amado
Me julgando agraciado
Por ter criado raiz
No amor bem aventurado

Mas ah, como isso é raro!
Pois em geral me amparo
Na ponta da minha caneta
Como manco em muleta
Como o cachorro no faro
Como astrônomo na luneta

Ó, Senhor, como pena!
O poeta que encena
Essa peça, esse drama
Que lhe põe o peito em chama
Que nunca se amena
Quando o coração ama


05 de Agosto de 2011

Um comentário:

Não alimente o Fantasma do Silêncio. Expresse-se.