12 de setembro de 2011

A Cabana dos meus sonhos


Quando a olhei disse: é ela
Porém ela não concordou
Achou que nossos caminhos
Cruzaram-se por engano
Um mal planejado dos céus
Um lapso do destino

Quem é que sabe?
Eu, que sempre soube apenas de mim
Agora nem isso posso!

Ando por uma avenida expressa
Semáforos não me detêm
Não sei onde vou chegar
Se é que ainda haja lugares para chegar
A cidade me é estranha
O mundo me é estranho
Eu me sou estranho

Lá, na cabana dos meus sonhos
Tinha um quarto reservado
Para escrevermos poesias
Tinha um divã na varanda
Para consultarmos a lua
E criaríamos sonhos
De engorda no quintal

Mas sonho dentro de sonho
Não pode dar coisa que presta
E o mundo girou
- É só o que sabe fazer
Não sei para que lado gira
Não sei a que velocidade
Não sei de nada
Porque me isentei de saber
Saber é descabido
Se não te tenho aqui perto

Na cabana dos meus sonhos
Ainda tem um quarto
Que anda desocupado
Esperando, vazio, por alguém que o habite...

Janeiro de 2011

3 comentários:

  1. "Na cabana dos meus sonhos
    Ainda tem um quarto
    Que anda desocupado
    Esperando, vazio, por alguém que o habite..."

    Acho que é isso que chama de "Fechar com chave de ouro".

    Poesia toda linda!

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  2. Que coisa mais linda!!
    A parte do divã na varanda e do quarto de poesias comoveu meu coração.

    Feliz de quem habitar esse vazio!!

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