22 de janeiro de 2012

Inventário




Nada tenho
A não ser
Este intenso sentir
Que me acompanha toda vida
E que ora, comigo
Deixa também de existir

Essa coleção de afetos
Guardada
Em qualquer desses armarinhos
N’algum canto bem discreto

Uma ruma de decepções
Que se perdem
Em qualquer ausência
De minhas realizações

E o sorriso emoldurado
Que um dia
Alguém, homem ou mulher
Encontrará empoeirado
E indagará de quem é

Fernando Lago – Janeiro de 2011

Um comentário:

  1. Em alguns dos fantasmas do lago eu me afogo, me encontro e morro! Mas esse morrer é momentâneo, pois o fantasma é aquele que me faz voltar a vida com um único fôlego – sentir/poesia. Intenso? talvez sim, talvez não... Mas, isso é poesia! Que como filosofia, nos causa espanto, susto com a intensidade das nossas reações.

    Ps: Belo filho Fernando Lago.

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