Juntar palavras e as dizer
Grande merda!
Não me têm levado a nada.
É o meio que eu acho de ser sincero
Mas não me têm acreditado
É o meio que eu acho de dizer “te amo”
Mas não me têm correspondido.
Cessem os elogios
Poesia é para poucos!
Dentre os quais não estou eu.
Sou egoísta, egocêntrico, egofóbico
Sou doido no sentido mais amplo da doidice.
Apaixono-me por todas que não estão dispostas
A apaixonar-se por mim
É ciclo
Sou um ser humano cíclico
Mais cíclico que a água
Estou cansado desta peça!
Dêem-me outro roteiro, por amor de Deus!
Dêem-me outro papel, pelo menos.
Cansei de ser o pseudo-bonzinho,
Que sempre se lasca no final.
E quantos finais já houve!
Sinto falta disso...
Queria ser o diretor
Queria escolher os papéis
Tudo correria bem, ao menos pra mim
Mas escolhi não escolher
Epopéia maldita
Meu verso e o dela
E o de todas as outras
Em nada nunca rimaram
É provável, esta coisa
É provável que eu só sirva pra vaguear
Que não há, pra mim, um par
É provável...
Esta mendicância de afeto
Esta carência de invasores...
Cíclico!
Ontem, após deitar e antes de fechar os olhos
(e nisto houve longuíssimo período)
Pude prever todo o meu futuro
E, do que vi, não gostei nada nada...
Sempre mais do mesmo.
Julho de 2010
Nando!
ResponderExcluirComo eu gosto de ler. Não apenas por você ser esse cara fantástico que és e que admiro tanto,mas tbém por vc sempre mostrar que sabe o que fazer com as letras todas... é como se elas viessem em um baralho dentro de uma caixa e vcs as desembaralhasse e jogasse no papel as coisas mais lindas e mais sentidas. Pô, te admiro demais.
E o final me fez lembrar meu amado Renato Russo:"Em vez de luz tem tiroteio no fim do túnel.Sempre mais do mesmo.Não era isso que você queria ouvir?"
Beijos!!!!