30 de junho de 2010

18 de Dezembro




Tenho pensado muito sobre algumas coisas que tenho escrito aqui e, muito mais, sobre o que tenho pensado ao escrevê-las, sem escrever. Consegue entender-me? É que por trás destes meus pensamentos aqui escritos existem tantos outros que não são escritos e que ficam sendo ruminados pela 'boca' de meu cérebro[1]... São pensamentos prenhes de pensamentos, prenhes de pensamentos, prenhes de pensamentos, que são um ciclo infinito. O que tenho pensado sobre esses pensamentos – o que me enche a mente ao escrevê-los – é justamente um medo de que minhas conclusões tiradas - infundadas - através deles estejam extremamente erradas. Esse medo é provavelmente correto... Deus! Deus! Sou um poço de dúvidas!



[1] Perdoem-me a metáfora mal empregada.

Dezembro de 2007

* De um dos muitos rabiscos meus, de momentos de aulas não muito atraentes. Pra vocês verem como são ousados os meus fantasmas, esses crápulas. Me assombram até em momentos de aula! 



28 de junho de 2010

Palavra...




Por algum motivo minha palavra aparentemente perdeu o valor. Não sei exatamente qual o motivo, mas isso é péssimo, porque era a única coisa que me restava de valor. Se é verdade o que penso, melhor parar. De vez. Caminhar a frente, mas sem nada. Nem ninguém.

De 27 de Junho de 2010, com algumas edições.




Crédito da imagem: http://poesiadiaria.wordpress.com/2009/04/03/o-peso-da-palavra/

26 de junho de 2010

Este meu medo

Este meu medo criado em cativeiro é que me faz cativo. Medo de um bocado de coisas que não se revelam... invisíveis. Ou não se revelam ou são compostas de cores específicas, para as quais eu possuo um raro daltonismo e não consigo enxergar. Talvez seja este o segredo do poder de invisibilidade dos meus fantasmas, criaturas extraordinariamente loucas. É... talvez seja isso. O universo dos amores é uma coisa complicada... Formato complicado, iluminação complicada. Ou enxergamos tudo ou enxergamos nada. Ou às vezes pensamos estar enxergando tudo e, ao cabo de algum tempo ou tempo nenhum, desabam-se os castelos... É o que mais me assusta nesta coisa toda. Porque parece que a história de minha vida é um ciclo. Sempre a mesma coisa, sempre os mesmos erros, sempre as mesmas características, sempre a mesma novela... Só mudam os personagens. E a organização das cenas... Síndrome da Malhação.

Junho de 2010

QUANDO NADA DIZ COISA NENHUMA A NINGUÉM

Na nítida expressão do seu olhar

Não vejo mais que desprezo

E em teus dentes brancos

O debochado riso debochante

Diz-me que eu sou nada


Mais nada dizer do nada

Se não que ele é nada

Há frases que dizem isso

E outras que dizem mais

Mas nada servem ao nada


E este nada

(ninguém, coisa nenhuma)

Ser mitologicamente real

Desfaz-se do mitológico

E passa a ser só real

Um nada pluri-real

Visto e não enxergado

De uma voz que não se escuta

Mas incomoda os ouvidos da surdidão


Nunca vi nada causar tanto alvoroço!


23 de Outubro de 2009

24 de junho de 2010

Enxurrada de declarações, indagações, enrolações...

De que me vale pensar que tudo podia ser assim ou assado?

Agora já estou aprisionado

Quem virá me libertar?


De que me vale acreditar em mundo e reinos encantados

Me parece mesmo tudo acabado

O melhor mesmo é me resignar


Que se dane a métrica!

Sai daqui com teus modelos!

Rimo quando quero e se quero

Ao menos aqui eu quero ser livre.


Quanto à vida

Ah, vida!

Liberdade é um sonho!


Anistia, anistia!

Eu imploro anistia!

Não se atreva a negar

Quero me anistiar

Quero mesmo me exilar

De bagagem ir morar

Neste mundo da poesia


14 de Junho de 2006


23 de junho de 2010

Avant Premiére

Eis que está lançado o blog. Eis que está lançado à sorte. Eis que está lançada a sorte...

Alea jacta est!



http://letras.terra.com.br/raul-seixas/68420/


Os meus fantasmas
São incríveis
Fantásticos, extraordinários
Se fantasiam de Al Capone
Nas noites que tenho medo
De gangsters
Abusam de minha
Tendência mística
Sempre que possível
Os meus fantasmas tornaram
Minha solidão em vício
E minha solução
Em Status Quo

Faça, Fuce, Force
Raul Seixas. Documento, 1998.